Música faz-se dos pingos de chuva batendo no vidro,
E do vento sobrando forte, sutil e raivoso.
Nada se entende, mas nada é preciso entender agora.
Frio, faz frio lá fora, o mesmo frio que aquece a alma,
E no vidro embaçado, letras que escorregam deixando-as gravadas.
Como se não existisse nada, além de nos.
Os olhos se cruzam, não querendo mostrar o tolo sorriso,
Que caso fizer-te a grande pergunta, não saberás o que responder.
Responder que também quero fazer-me essa mesma pergunta.
Que ainda não sei o que diz meus lábios,
Fazendo apenas um pequeno movimento.
O de rir sem gargalhadas.
È preciso ir, a viagem já terminara, levanta-se então do acento
Da-se o último de muitos olhares, um beijo no rosto frio.
E tão sem explicações, vivemos ali , mas um dia.
Que dia bom, que bom seria, se assim fosse todos os meus dias.
Maria Antônia A. Vieira
Tens certeza disso? Não queira um mundo de passageiros... Não queira ter de despedir-se na estação por mais que seja bom, o ficar sozinho. Talvez seja por isso que nada se entende. A propósito, qual era a pergunta? Faz logo, e não solta de uma mão, quando sair da estação. Segura ela. Me fez muito bem, esse texto!
ResponderExcluiradorei seus textos
ResponderExcluirEu ainda quero te fazer essa pergunta...
ResponderExcluirporque eu ainda quero todos os meus dias assim.
Eu sou o passageiro
ResponderExcluirEu rodo sem parar
Eu rodo pelos subúrbios escuros
Eu vejo estrelas saindo no céu
É o claro e o vazio do céu
Mas essa noite tudo soa tão bem
Entre no meu carro
Nós vamos rodar
Seremos passageiros da noite
E veremos a cidade em trapos
E veremos o vazio do céu
Que dia bom, que bom seria, se assim fosse PELO MENOS MAIS UM DIA!
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