quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Passageiro

Música faz-se dos pingos de chuva batendo no vidro,
E do vento sobrando forte, sutil e raivoso.
Nada se entende, mas nada é preciso entender agora.
Frio, faz frio lá fora, o mesmo frio que aquece a alma,
E no vidro embaçado, letras que escorregam deixando-as gravadas.
Como se não existisse nada, além de nos.
Os olhos se cruzam, não querendo mostrar o tolo sorriso,
Que caso fizer-te a grande pergunta, não saberás o que responder.
Responder que também quero fazer-me essa mesma pergunta.
Que ainda não sei o que diz meus lábios,
Fazendo apenas um pequeno movimento.
O de rir sem gargalhadas.
È preciso ir, a viagem já terminara, levanta-se então do acento
Da-se o último de muitos olhares, um beijo no rosto frio.
E tão sem explicações, vivemos ali , mas um dia.
Que dia bom, que bom seria, se assim fosse todos os meus dias.
Maria Antônia A. Vieira

5 comentários:

  1. Tens certeza disso? Não queira um mundo de passageiros... Não queira ter de despedir-se na estação por mais que seja bom, o ficar sozinho. Talvez seja por isso que nada se entende. A propósito, qual era a pergunta? Faz logo, e não solta de uma mão, quando sair da estação. Segura ela. Me fez muito bem, esse texto!

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  2. Eu ainda quero te fazer essa pergunta...
    porque eu ainda quero todos os meus dias assim.

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  3. Eu sou o passageiro
    Eu rodo sem parar
    Eu rodo pelos subúrbios escuros
    Eu vejo estrelas saindo no céu
    É o claro e o vazio do céu
    Mas essa noite tudo soa tão bem
    Entre no meu carro
    Nós vamos rodar
    Seremos passageiros da noite
    E veremos a cidade em trapos
    E veremos o vazio do céu

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  4. Que dia bom, que bom seria, se assim fosse PELO MENOS MAIS UM DIA!

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"Escrever tem de ser sinonimo de prazer e emoções.Dar prazer e emoção no leitor é a primeira tarefa do escritor" - Moacir Sclior