sábado, 15 de agosto de 2009

Dentro do escuro

Uma estrada, poucos carros passando.
Uma imensidão no céu, o escuro.
Não esperava que pudesse ouvir aquilo.
Seguravam forte sua mão;
Ela podia sentir isso.
Um fio a puxava para cima,
Não deixando a enfraquecer.
Continuava a esperar.
As palavras se fizeram juntas.
Em uma união torta.
Parecendo não querer sair dali.
Começou depois de um tempo,
O barulho perturbador.
Doía escutar.
O fio que não a soltava,
Agora a segurava mais forte.
Apesar de tudo, ainda sentia-se firme.
Colocou a mão sobre a face,
Como se quisesse tocar; e,
Ter a certeza do que acontecera.
Sem quer, os lábios desgrudaram.
Abriu a boca levemente,
Fazendo força para sair algum som.
Inútil.
Um sorriso. Foi o máximo que conseguira;
E sem esperar uma leve risada.
Foi então tudo soando mais fraco,
Em segundo, tudo parecia o completo silencio.
Não existiam mais carros.
E nem ao menos o céu.
A única coisa que ainda tinha ali,
Era o escuro.
Esse será difícil esquecer.
Maria Antônia Anicetto Vieira

3 comentários:

  1. Doía escutar? foi a sacada pra mim. amei! visitarei sempre, bem vinda!!!

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  2. não devemos esquecer certas coisas, por mais dolorosas que elas sejam.
    te amo.

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  3. Meu deus mas essa menina é um talento!!! Muito legal tonhinha.
    Lindo, lindo.
    Beijão Sophi

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"Escrever tem de ser sinonimo de prazer e emoções.Dar prazer e emoção no leitor é a primeira tarefa do escritor" - Moacir Sclior