terça-feira, 22 de setembro de 2009

A Cristaleira

Esperei, esperei.
Olhei no relógio, que parecia passar mais lento.
Refiz meu copo. Abri a bolsa sacando o fósforo.
Levei o outro a até a boca. Risquei, acendi um cigarro.
No canto da boca ele esperava.
Fechei a bolsa e com a outra mão peguei o copo.
Um gole. Uma tragada,
Apenas dois pequenos movimentos.
Recompus-me.

Voltei a fazer o de antes, tentando esquecer.
Fui ao embalo da música. Dancei.
Esqueci por alguns momentos.
Pausa. Voltei a olhar no relógio.
Perguntei por teu rumo. Ninguém sabia.
Demos partida.
Cabeça turbilhonando,
Desfecho próximo,
Prosseguido de agonia.
Chegamos.

Não te esperava mais.
Antessenti que de nada adiantava,
A parecida espera eterna.
Não entendo porque de tanto,
Foram apenas algumas horas,
Poucas, talvez duas ou três.
Mas o que parece sutil agora,
Quando se espera pelo tempo...
Ele é severo, costuma delongar-se.

Tinha já te visto em alguns dos meus sonhos.
Não sei se prefiro essa idéia,
Ou se prefiro o gosto do novo.
Talvez você faça a combinação perfeita dos dois sabores.
Desci a escada,
E quando eu menos esperava,
Espanto. Cara surpresa.

Apareceu-me

A repentina mudança de expressão,
E em segundos minha face traiu-me.
Não dava de esconder.
Dali pra frente de tudo que lembro,
O melhor foi o gosto do teu beijo.
Teus cabelos que corriam entre meus dedos,
O encaixe que parecia ter levado tempos,
E a tua respiração junto da minha.

Não havia música. Não havia pessoas.
Não havia lugar, nem ao menos o tempo.
A única coisa que existia ali era,
Eu, você,
E do lado... Ah, essa que não podia faltar.
Que deu o sutil e inesquecível detalhe...
A Cristaleira.

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"Escrever tem de ser sinonimo de prazer e emoções.Dar prazer e emoção no leitor é a primeira tarefa do escritor" - Moacir Sclior